Reposição Hormonal

A reposição de testosterona em homens, também conhecida como terapia de reposição de testosterona (TRT), é um tratamento destinado a aumentar os níveis de testosterona em homens que apresentam deficiência desse hormônio, condição conhecida como hipogonadismo. Estima-se que haja queda de aproximadamente 1 % nos valores de testosterona a partir dos 40 anos, estimando que 20% dos homens tenham deficiência de testosterona aos 60 anos de idade. A testosterona é um hormônio fundamental para a saúde masculina, influenciando o desenvolvimento sexual, a função reprodutiva, a manutenção da massa muscular, a densidade óssea e o bem-estar psicológico.

Quais os sinais e sintomas de Deficiência de Testosterona?

Os sintomas comuns incluem:

  • Diminuição da libido.
  • Disfunção erétil.
  • Fadiga e diminuição da energia.
  • Perda de massa muscular e força.
  • Aumento da gordura corporal.
  • Redução da densidade óssea (osteoporose).
  • Depressão e alterações no humor.

Quando repor Testosterona ?

Além da reposição para fins estéticos, esportivos e performance, a terapia de reposição de testosterona é indicada em casos de hipogonadismo.

  1. Hipogonadismo Primário:
    • Causado por problemas nos testículos, que impedem a produção adequada de testosterona. Exemplos incluem a síndrome de Klinefelter, orquiectomia, varicocele e danos testiculares devido a trauma ou infecção.
  1. Hipogonadismo Secundário:
    • Resulta de problemas na glândula pituitária ou no hipotálamo, que regulam a produção de testosterona pelos testículos. Causas incluem tumores hipofisários, hiperprolactinemia, abuso de estereoides anabolizantes e doenças sistêmicas crônicas.

Para confirmar o diagnóstico, são realizados exames laboratoriais:

  • Testosterona Total:Medida em duas ocasiões pela manhã (entre 7h e 10h), quando os níveis de testosterona são mais altos. Níveis inferiores a 300 ng/dL são geralmente indicativos de hipogonadismo.

Formas de Reposição de Testosterona

A reposição de testosterona pode ser realizada por diferentes vias de administração, cada uma com vantagens e desvantagens específicas:

  1. Injetáveis:
    • Testosterona “blend “( Durateston ) ou cipionato ( Deposteron ) :Administrada por via intramuscular, geralmente a cada 2 a 3 semanas. Proporciona níveis variáveis de testosterona, com picos elevados seguidos por declínios.
    • Testosterona undecanoato ( Nebido, Hormus ): Injeção intramuscular de liberação prolongada, administrada a cada 10 a 14 semanas, proporcionando níveis mais estáveis de testosterona.
  2. Géis e Adesivos Transdérmicos:
    • Aplicados diariamente na pele, permitindo uma absorção gradual e manutenção de níveis hormonais mais constantes. Podem causar irritação cutânea em alguns pacientes e requerem atenção para evitar a transferência acidental do gel a outras pessoas.
  3. Implantes Subcutâneos:
    • Pequenos pellets de testosterona são inseridos sob a pele, liberando o hormônio de forma sustentada por até seis meses. São convenientes, mas requerem um procedimento menor para inserção.

Monitoramento e Efeitos Adversos

O monitoramento durante a TRT é essencial para garantir a eficácia e segurança do tratamento. Recomenda-se avaliar os níveis de testosterona regularmente, além de monitorar:

  • Hematócrito e Hemoglobina: Para evitar policitemia, uma complicação comum
  • Função Hepática: Particularmente com o uso de testosterona oral.
  • Perfil Lipídico: Pode haver impacto nos níveis de colesterol HDL e LDL.
  • Antígeno Prostático Específico (PSA) e Exame de Próstata: Para monitorar o risco de hiperplasia prostática benigna (HPB) e câncer de próstata, especialmente em homens mais velhos.

Efeitos Adversos Potenciais:

  • Policitemia: Aumento do hematócrito, que pode elevar o risco de eventos tromboembólicos.
  • Ginecomastia: Desenvolvimento de tecido mamário em homens, devido à conversão de testosterona em estradiol.
  • Acne e Seborreia: Devido ao aumento da produção de sebo.
  • Apneia do Sono: Pode ser exacerbada ou desencadeada pela reposição hormonal.
  • Infertilidade: A TRT pode suprimir a espermatogênese, levando à infertilidade, especialmente em homens jovens que desejam manter a fertilidade.